segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Reflexão


Se ele te ouvir, terás ganho teu irmão

   O texto do evangelho de hoje situa-se no contexto do “sermão sobre a comunidade”, cujos textos são direcionados especificamente para orientar a vida na Igreja. E um tema muito precioso para o Evangelho de Mateus é a correção fraterna, essencial para o crescimento pessoal do cristão na comunidade.

    O evangelho nos orienta no delicado passo da correção fraterna. Primeiramente devemos tomar consciência de que o ato de corrigir o irmão é nossa responsabilidade. O texto é claro: “Vai!” É um imperativo que nos interpela. A não realização desse mandato significa erro grave, pois nos omitimos diante do erro do outro, deixando que um membro do corpo de Cristo permaneça no engano.

        O texto nos apresenta a preocupação com o retorno à comunidade de quem se desligou pelo pecado. Por isso são empregados todos os recursos para a volta do irmão. É uma correção feita com respeito e amor. São oferecidas várias oportunidades para a conscientização sobre o erro. Primeiramente a exortação pessoal, para preservá-lo de constrangimento diante da comunidade. Depois, a exortação diante de algumas testemunhas; por fim, diante da comunidade, para que o irmão obstinado em sua má conduta reconheça, perante a autoridade da Igreja, a situação em que ele mesmo se colocou.

      Todo esse procedimento nos ajuda a perceber o papel mediador da Igreja para ajudar um membro a sair do erro. Isso porque não caminhamos sozinhos, mas fazemos parte de um corpo, necessitamos uns dos outros para viver nossa fé.

     Se levarmos a sério nossa responsabilidade para com nosso irmão, nossa ação de exortá-lo, de encaminhá-lo para o rumo certo, proporcionar-nos-á ganhar um irmão na caminhada de fé. Nossa maior preocupação deverá ser não apontar os erros dos nossos irmãos na comunidade, mas reconduzi-los de volta à comunhão com Deus expressa na comunidade crente. Se fizermos isso, certamente a Igreja desempenhará bem seu papel de mediação da boa-nova de Jesus Cristo. [Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj, Vida Pastoral nº 280, Paulus]  

Correção e encorajamento
Mas o verdadeiro amor, o perdão autêntico, não deixa as pessoas como são, com seus defeitos e suas limitações. Amar um irmão significa ajuda-­lo a "crescer" em todos os níveis, querer concretamente sua "libertação" daquilo que é defeituoso e mau, lutar por sua plena humanização. Por isto, corrigir é obra de amor; nunca é extinguir energias e entusiasmos; é coisa muito diferente da crítica. Juntamente com a correção fraterna, o cristão faz largo uso do encorajamento. As pessoas esperam dos outros algo diferente de um dom material; esperam que os Outros se lhes tornem próximos, que entrem em contato com elas, percebam que elas existem, e lhes digam tudo isso. Nada é tão encorajador como a atenção vigilante, o respeito não puramente formal, a palavra inesperada de congratulação, se não forem fórmulas vazias de rito ou expressões convencionais. O encorajamento, como a correção, é uma das muitas facetas da caridade.  [MISSAL DOMINICAL ©Paulus, 1995]

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