domingo, 21 de outubro de 2012

O poder deve ser exercido como serviço


Queridos irmãos e irmãs!

A palavra de Deus, mais uma vez, vem nos ensinar o verdadeiro caminho do seguimento de Jesus. 
Isaias já havia profetizado que Cristo seria esmagado pelo sofrimento e que o seu sofrimento era redentor. Com isso, nos alertou desde então que fazer a vontade do Senhor é comprometer-se com o serviço aos irmãos, de modo especial com os mais pobres e desprotegidos da sociedade. Aliás, o sofrimento de Jesus aponta para o sofrimento dos pobres do mundo, daqueles invisíveis que os poderes não contemplam, mas que o poder de Deus e dos que o servem e seguem alivia dores e reclama os direitos para que tenham vida e vida em abundância (Jo 10,10).
“Uma igreja que se cala, não tem direito de se dizer igreja. Um cristão que não se posiciona e que não ‘empresta’ sua voz a Deus, não tem o direito de se dizer cristão”. 
Isaias (53,10-11) aponta para o sofrimento de Jesus e nos lembra que o sofrimento pelo sofrimento não é agradável a Deus, mas que o sofrimento, como o do Servo de Javé, deve ser redentor e carregar-se de sentido por ser solidário com os que mais sofrem e com a humanidade toda. “O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades.”
A carta aos Hebreus (4,14-16) reforça o Sacerdócio de Jesus que é exatamente a sua capacidade de compadecer-se, de colocar seu coração e mente a serviço de construir vida para os seus. Não é ele, como os outros sumo sacerdotes. Ele em tudo se fez igual, menos no pecado ”passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado” Por isso, podemos nos aproximar dele, por isso, não temos uma relação de distanciamento, mas, uma relação fraterna e familiar. O Sumo sacerdote do Antigo Testamento estabelecia distancias e Jesus, estabelece proximidade com os seus.
O Evangelho de Marcos (10,35-45) nos conta exatamente o que é a relação mais estreita entre o desejo de Jesus ao nos apresentar seu projeto de Vida e de Reino: ou nos colocamos a serviço, abandonando toda situação de poder que nos coloca no topo, apegando-nos ao poder do “lava pés“, aquele poder que não hierarquiza pessoas para distanciá-las, ou não poderemos nos considerar discípulos de Jesus. 
O desejo dos discípulos de ocuparem lugares de destaque para estarem acima dos outros, é recriminado por Jesus que não aceita esta lógica. Ser discípulo é considerar-se irmão menor, como dizia São Francisco. Ser discípulo é colocar-se a serviço dos irmãos para ajudar na construção do Reino de Deus.
Estamos ainda vivendo um processo eleitoral no Brasil. Algumas cidades brasileiras ainda enfrentarão um eleição de segundo turno. Os prefeitos eleitos e os que sairão eleitos em 28 de outubro, bem como todos os vereadores eleitos em 07 de outubro para as mais de 5000 cidades brasileiras devem se lembrar de que todo poder só poderá ser considerado poder de verdade, na ótica do Reino de Deus, se for exercido para beneficiar as pessoas e para que a vida aconteça abundantemente. Caso contrário, receberão como Tiago e João, a repreensão de Jesus.
"Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos."
Nossa oração deve subir a Deus como nos ensina o salmo 32 de nossa missa deste domingo:

Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois, em vós, nós esperamos! 

Paz e bem!

Padre Marcos Paulo Souza

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=512474758763226&set=a.184902508187121.46578.100000021196792&type=1&theater

Nenhum comentário:

Postar um comentário