Poderíamos neste editorial falar do
Pai, de sua missão, de sua tarefa de colocar o pão na mesa dos filhos, de
educá-los, de fazer tudo aquilo que sabemos e que é feito com muito sacrifício.
Poderíamos reverenciar a figura do PAI, de um modo muito social ou até
religioso. Mas preferimos neste 2012, refletir sobre a íntima vocação do pai,
isto é, o pai como agente da criação.
Ao fazer-se co-partícipe da criação,
tornando-se genitor, o Homem se assemelha de modo belíssimo e grandioso a Deus.
Todas as vezes que alguém se dirige a um homem e o chama de pai, de certo modo,
evoca uma paternidade que precede toda paternidade, sendo modelo de todas elas,
a que vem de Deus, o único PAI, o PAI por excelência, a própria paternidade.
Queremos, neste final de semana, em que
os brasileiros comemoram o Dia dos Pais, saudar e abraçar todos aqueles homens
que gerando ou não outros seres, mas se esquecendo de si mesmos, dedicam sua
existência à formação de outras criaturas, dando-lhes pão, educação, saúde, bem
estar, enfim, dando-lhes a própria vida.
Gerando ou assumindo outras criaturas,
o homem se faz partícipe da criação de Deus, transformando o caos em cosmos,
dando ao mundo um ser pensante, auto-consciente, capaz de dirigir a própria
existência e o mundo em que habita.
Ao mesmo tempo, sabemos que o mal
existe e que a confusão entre valores e contra-valores é uma realidade.
Exatamente por isso a vocação à paternidade implica um discernimento e a opção
entre os valores eternos, que saciam plenamente o coração humano. O pai, digno
deste nome, ajudará seu filho nessa escolha à medida em que o corrigir, mesmo
sendo necessária uma atitude dura, difícil e até antipática. A capacidade de
dizer “não”, quando necessário, e a exigência de sacrifícios irá educar o filho
e prepará-lo para as escolhas do futuro.
Portanto, saber dizer não, colocar
limites, longe de ser uma atitude autoritária, antipática, é uma atitude de
amor, de vida, a que o filho tem direito. De fato, mais do que um dever do pai
de corrigir – dever este que, naturalmente, é também da mãe –, é um direito do
filho ser educado.
E essa educação é perene, é eterna.
Mesmo quando o pai já tiver se unido aos seus ancestrais, o filho recordará,
trará ao coração os ensinamentos de vida dados pelo pai e encontrará na memória
o suporte afetivo necessário para dizer o sim ou o não adequado ao momento.
Lembremo-nos de nossos pais, daqueles
que nos geraram e nos deram o conhecimento da existência do Pai por excelência,
de onde vem todo bem, toda a Vida. Sejamos gratos a eles, não apenas porque
existimos, mas porque conhecemos a vida e podemos amar.
Fonte: Rádio Vaticano
http://www.catolicoscomjesus.com/2012/08/pai-sacramento-de-deus.html#more
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