segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Mensagem de Ano Novo




Que nesse ano possamos sonhar,
E acreditar, de coração, que podemos realizar cada um de nossos sonhos,
Que esses sonhos possam ser compartilhados pelo bem,
E que eles tenham força de transformar velhos inimigos em novos amigos verdadeiros,

Que nesse ano possamos abraçar,
E repartir calor e carinho,
Que isso não seja um ato de um momento,
Mas a história de uma vida.

Que nesse ano possamos beijar,
E com os olhos fechados, tocar o sabor da alma,
Que tenhamos tempo para sentir toda a beleza da vida,
E que saibamos senti-la em cada coisa simples,

Que nesse ano possamos sorrir,
E contagiar a todos com uma alegria verdadeira,
Que não sejam necessárias grandes justificativas para nosso sorriso,
Apenas a brisa do viver,
Que nesse ano possamos cantar,
E dizer coisas da vida,
Que não sejam apenas músicas e letras,
Mas que sejam canções e sentimentos,

Que nesse ano possamos agradecer,
E expressar a Deus e a todos: “Muito Obrigado!”,
Que nesse “todos” não sejam incluídos apenas os amigos,
Mas também aqueles que, nos colocando dificuldades, nos deram oportunidades de sermos melhores.

E assim começamos mais um Ano Novo,
Um dia que nasce, um primeiro passo, um longo caminho,
Um desafio, uma oportunidade e um pensamento:
“Que nesse ano sejamos, Todos, Muito Felizes!”

São os votos do Blog Catequesepv a todos vocês que nos acessaram durante todo esse ano de 2012.
A vocês o nosso muito obrigado e um Feliz e Abençoado 2013.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Deus escolhe a família humana como sua família

Foto: Deus escolhe a família humana como sua família

A Palavra de Deus que ouvimos hoje, mergulha-nos no mistério da Família de Nazaré. Com a Sagrada Família, somos convidados a venerar e imitar o verdadeiro modelo de vida que Deus nos dá, para que em nossas famílias floresçam as mesmas virtudes e o mesmo amor. A primeira leitura recorda aos pais que os filhos são dons de Deus e que devem ser instruídos no conhecimento de Deus. A transmissão da fé é um dos deveres mais sagrados dos pais. Amar, obedecer e respeitar a fonte da vida que são os pais é amar, respeitar e obedecer a Deus, origem de toda a vida. Este texto nos chama a atenção para o respeito devido aos pais idosos, que já não são “produtivos” do ponto
de vista do nosso sistema socioeconômico. Eles devem ser amados e cuidados quando lhes faltam as forças e quando já não raciocinam mais com agilidade e clareza. O texto de São Paulo também fala de relações familiares, onde deve reinar a lei do amor entre os membros da família cristã. Também são indicados alguns meios indispensáveis para conseguir o entendimento entre todos os familiares: a oração em comum, o diálogo, a compreensão, o amor, a paciência e o perdão. São Paulo nos ensina que para o bom andamento das coisas na família, todos têm deveres recíprocos fundados no amor, o laço da perfeição. As relações familiares podem ser resumidas, como está no texto:
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, triunfe em vossos corações a paz de Cristo”. O Evangelho de hoje não é apenas um relato de fatos corriqueiros da infância de Jesus, mas é mensagem que nos é passada por Lucas à luz da experiência do Mistério Pascal. Jesus está no Templo e, nesse espaço sagrado, ele faz a pergunta: “Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” Diz o Evangelho que Maria conservava no coração todas essas coisas, como deve acontecer com os verdadeiros discípulos missionários de Jesus: apesar de não entender plenamente, vai assimilando o seu projeto sem pôr obstáculos. Nós também devemos segui-lo, sermos obedientes, alimentando-nos com sua Palavra e crescendo em sabedoria, para sermos portadores de seu
Evangelho. A partir desta Palavra, somos chamados a construir nossas relações em comunidade e, sobretudo, na família, baseadas na sincera misericórdia, bondade, humildade e mansidão. A paz de Cristo reinando em nossos corações, a Palavra de Cristo habitando em nós, é que nos leva a sermos amorosos e agradecidos ao Deus revelado em Cristo.

Pe. Marcos Paulo Cestare de Souza
Administrador Paroquial

A Palavra de Deus que ouvimos hoje, mergulha-nos no mistério da Família de Nazaré. Com a Sagrada Família, somos convidados a venerar e imitar o verdadeiro modelo de vida que Deus nos dá, para que em nossas famílias floresçam as mesmas virtudes e o mesmo amor. A primeira leitura recorda aos pais que os filhos são dons de Deus e que devem ser instruídos no conhecimento de Deus. A transmissão da fé é um dos deveres mais sagrados dos pais. Amar, obedecer e respeitar a fonte da vida que são os pais é amar, respeitar e obedecer a Deus, origem de toda a vida. Este texto nos chama a atenção para o respeito devido aos pais idosos, que já não são “produtivos” do ponto

de vista do nosso sistema socioeconômico. Eles devem ser amados e cuidados quando lhes faltam as forças e quando já não raciocinam mais com agilidade e clareza. O texto de São Paulo também fala de relações familiares, onde deve reinar a lei do amor entre os membros da família cristã. Também são indicados alguns meios indispensáveis para conseguir o entendimento entre todos os familiares: a oração em comum, o diálogo, a compreensão, o amor, a paciência e o perdão. São Paulo nos ensina que para o bom andamento das coisas na família, todos têm deveres recíprocos fundados no amor, o laço da perfeição. As relações familiares podem ser resumidas, como está no texto:
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, triunfe em vossos corações a paz de Cristo”. O Evangelho de hoje não é apenas um relato de fatos corriqueiros da infância de Jesus, mas é mensagem que nos é passada por Lucas à luz da experiência do Mistério Pascal. Jesus está no Templo e, nesse espaço sagrado, ele faz a pergunta: “Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” Diz o Evangelho que Maria conservava no coração todas essas coisas, como deve acontecer com os verdadeiros discípulos missionários de Jesus: apesar de não entender plenamente, vai assimilando o seu projeto sem pôr obstáculos. Nós também devemos segui-lo, sermos obedientes, alimentando-nos com sua Palavra e crescendo em sabedoria, para sermos portadores de seu
Evangelho. A partir desta Palavra, somos chamados a construir nossas relações em comunidade e, sobretudo, na família, baseadas na sincera misericórdia, bondade, humildade e mansidão. A paz de Cristo reinando em nossos corações, a Palavra de Cristo habitando em nós, é que nos leva a sermos amorosos e agradecidos ao Deus revelado em Cristo.

Pe. Marcos Paulo Cestare de Souza

Evangelho Lucas 2,41-52

Sagrada Família: Jesus, Maria, José

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse:
— “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”.
49Jesus respondeu:
— “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?”
50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera.
51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.
52E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens. 

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A igreja faz memória dos Santos Inocentes



A igreja faz memória dos Santos Inocentes - aquelas crianças de até dois anos que Herodes mandou matar na expectativa de entre elas eliminar o recém-nascido Jesus. Há muitos inocentes que ainda hoje continuam a ter suas vidas extirpadas pelas cegueiras do prazer, do poder, da posse.

Há vidas ceifadas no ventre para que não estraguem a vida da mãe/do pai (será que se pode dar-lhes esses sacrossantos nomes, pai/mãe?). Há vidas ceifadas em decorrências das políticas anticonceptivas dos Estados e organizações internacionais poderossíssimas. Há vidas ceifadas pela falta de recursos econômicos, vida descente e condições financeiras para muitas famílias.

«Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos.» (Mateus 2,16)

Infelizmente, Herodes ainda vida.
Infelizmente, inocentes ainda são simplesmente eliminados.
Infelizmente, sem ouvir a Deus não saberemos como "fugir para o Egito" e assim proteger e defender e salvar a vida!

--- que esta última sexta-feira do ano seja de reflexão sobre o valor da vida (da sua e das outras pessoas, também das que ainda não nasceram).

--- Pela vida, sempre! Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. 

Padre Sandro Rogério

ANO NOVO, NOVA OPORTUNIDADE DADA POR DEUS


Foto: ANO NOVO, NOVA OPORTUNIDADE DADA POR DEUS

" Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas.Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis?Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo". - Is 43, 18-19
 
O Ano está findando. As festas se aproximam e naturalmente as pessoas, instituições, igrejas e grupos, dos mais diversos, começam a pensar e a movimentar-se no intuito de comemorar o Natal e o Ano Novo.
Vivemos uma crise de ajustamento a uma economia globalizante, que provoca ondas de desemprego e violência por todos os lados, destruindo o sonho de muita gente. Este é um momento de estarmos atentos, pois nesse período se instala no meio social, a preparação para o aproveitamento comercial, e infelizmente, muitos acabam se envolvendo com a celebração social da festa, e se esquecem do verdadeiro sentido do Natal.
E o texto do livro de Isaías, aqui mencionado, surge num contexto de desesperança, desconfiança e frustração, por causa do cativeiro babilônico, e nos traz algumas pistas pastorais:
"Não vos lembreis das coisas passadas [...] "O passado não deve ser ignorado, mas deve ser visto na expectativa de mudança. O profeta valorizou sua história e compreendeu como um instrumento de capacitação para responder aos desafios de um presente desfavorável. Como o profeta, temos que infundir esperança e novas perspectivas, apesar do caos que vivemos.
"Eis que faço coisa nova..." O Senhor é Deus de novidade de vida. Essa condição não se concretiza sem uma confiança inabalável na condução divina da história. Assim como o profeta pregou para o povo de Israel do cativeiro, precisamos ter os olhos da fé abertos para a grande oportunidade que o momento presente nos coloca, oferecer uma mensagem de Natal que desperte esperança, ainda que vivenciemos uma dura realidade.
"[...] porei água no deserto [...] "A frase está no futuro. Isto nos proporciona ver com os olhos da esperança, e sonhar com dias melhores.
 
Falar de Natal e Ano Novo é, portanto, renovar a esperança e reabastecer-se de ânimo para não se deixar envolver pelas circunstâncias e com isso, abandonar a luta, pois o texto de Isaías renova a esperança e sua releitura é uma necessidade contínua.

Pe. Marcos Paulo Cestare de Souza 
Administrador Parquial

" Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas.Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis?Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo". - Is 43, 18-19

O Ano está findando. As festas se aproximam e naturalmente as pessoas, instituições, igrejas e grupos, dos mais diversos, começam a pensar e a movimentar-se no intuito de comemorar o Natal e o Ano Novo.
Vivemos uma crise de ajustamento a uma economia globalizante, que provoca ondas de desemprego e violência por todos os lados, destruindo o sonho de muita gente. Este é um momento de estarmos atentos, pois nesse período se instala no meio social, a preparação para o aproveitamento comercial, e infelizmente, muitos acabam se envolvendo com a celebração social da festa, e se esquecem do verdadeiro sentido do Natal.
E o texto do livro de Isaías, aqui mencionado, surge num contexto de desesperança, desconfiança e frustração, por causa do cativeiro babilônico, e nos traz algumas pistas pastorais:
"Não vos lembreis das coisas passadas [...] "O passado não deve ser ignorado, mas deve ser visto na expectativa de mudança. O profeta valorizou sua história e compreendeu como um instrumento de capacitação para responder aos desafios de um presente desfavorável. Como o profeta, temos que infundir esperança e novas perspectivas, apesar do caos que vivemos.
"Eis que faço coisa nova..." O Senhor é Deus de novidade de vida. Essa condição não se concretiza sem uma confiança inabalável na condução divina da história. Assim como o profeta pregou para o povo de Israel do cativeiro, precisamos ter os olhos da fé abertos para a grande oportunidade que o momento presente nos coloca, oferecer uma mensagem de Natal que desperte esperança, ainda que vivenciemos uma dura realidade.
"[...] porei água no deserto [...] "A frase está no futuro. Isto nos proporciona ver com os olhos da esperança, e sonhar com dias melhores.

Falar de Natal e Ano Novo é, portanto, renovar a esperança e reabastecer-se de ânimo para não se deixar envolver pelas circunstâncias e com isso, abandonar a luta, pois o texto de Isaías renova a esperança e sua releitura é uma necessidade contínua.

Pe. Marcos Paulo Cestare de Souza 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Missa de Natal

A missa de Natal foi celebrada no dia 24/12 as 21:00 h na Igreja Matriz e teve a presença de muitos fiéis que foram comemorar o nascimento de Jesus com muita música e oração na casa de Nosso Pai, a Igreja. Foi aniversário de Nosso Pároco Padre Wilson que como sempre fez com que lembrássemos que o aniversariante maior era Jesus e que ele apenas tinha pego carona nesse dia. Durante a missa tivemos a entrada da última vela do advento, a entrada da imagem do menino Jesus que agora sim pode tomar seu lugar na manjedoura do presépio e a encenação do Salmo, feito pelos coroinhas, onde nos mostraram um pouquinho do nascimento de Jesus, com muita alegria e com muita criatividade emocionando a todos.

























Encerramento das Atividades Catequéticas

A catequese da Matriz Nossa Senhora de Fátima encerrou as suas atividades catequéticas no dia 02/12 com um teatro de Natal feito pelas catequistas e encenado pelas crianças da catequese durante a missa da manhã de domingo.
A encenação começou com uma menina e um sonho, o de viver o natal, viver o nascimento de Jesus. Ao adormecer essa menina começa a realizar esse sonho, onde todos os personagens antes só lidos na Bíblia começam a se tornar reais e a menina começa a presenciar todos os acontecimentos, o anúncio do anjo a Maria, o seu sim, a revelação do nascimento de Jesus a José, a união de Maria e José, o nascimento de Jesus. Tudo foi se realizando no sonho da menina até que ela acorda e percebe que tudo aquilo não era apenas um sonho e sim uma realidade que vivenciamos a cada ano, a cada Natal.
Foi uma encenação que realmente tocou fundo no coração de muitas pessoas presentes que se emocionaram e puderam se sentir como se fossem aquela menina vivendo aquele primeiro Natal quand Jesus Nasceu.
Um Feliz e abençoado Natal e próspero Ano são os votos da Catequese a toda a comunidade.




















Se se apaga a luz de Deus, apaga-se a dignidade divina do homem: Papa na missa do galo. Invocada paz para Médio Oriente



Na “Missa do galo”, Bento XVI recordou as populações que “vivem e sofrem” em Belém, na Cisjordânia, terra natal de Jesus, e as de todo o Médio Oriente, pedindo a paz na região e diálogo entre os fiéis das várias religiões. “Rezemos para que lá haja paz. Rezemos para que israelitas e palestinos possam conduzir a sua vida na paz do único Deus e na liberdade. Peçamos também pelos países vizinhos – o Líbano, a Síria, o Iraque, etc. – para que lá se consolide a paz… Que cristãos e muçulmanos construam conjuntamente os seus países na paz de Deus”.

Na missa da noite de Natal, na basílica de São Pedro, Bento XVI pediu ainda que os cristãos possam “conservar a sua casa” nos países onde teve origem a sua fé e que “cristãos e muçulmanos construam, juntos, os seus países na paz de Deus”. O Papa evocou uma passagem do profeta Isaías para desejar que “em vez dos armamentos para a guerra, surjam ajudas para os doentes”. “Iluminai [Senhor] quantos julgam dever praticar violência em vosso nome, para que aprendam a compreender o absurdo da violência e a reconhecer o vosso verdadeiro rosto. Ajudai a tornarmo-nos homens ‘do vosso agrado’: homens segundo a vossa imagem e, por conseguinte, homens de paz”. Numa reflexão sobre o fanatismo religioso e a violência, o Papa frisou que ao longo da história da humanidade “não houve apenas casos de mau uso da religião, mas, da fé no Deus que Se fez homem, nunca cessou de brotar forças de reconciliação e magnanimidade. Bento XVI recordou mesmo os “tipos de violência arrogante” que decorreram da negação de Deus, “com o homem a desprezar e a esmagar o homem”, em “toda a sua crueldade”, no século passado. “Onde não se dá glória a Deus, onde Ele é esquecido ou até mesmo negado, também não há paz. Hoje, porém, há correntes generalizadas de pensamento que afirmam o contrário: as religiões, mormente o monoteísmo, seriam a causa da violência e das guerras no mundo”.
Para estas correntes, frisou o Papa, “seria preciso libertar a humanidade das religiões, para se criar então a paz. O monoteísmo, a fé no único Deus, seria prepotência, causa de intolerância, porque pretenderia, fundamentado na sua própria natureza, impor-se a todos com a pretensão da verdade única”. Bento XVI condenou as “deturpações do sagrado”, reconhecendo como “incontestável algum mau uso da religião na história”. “É verdade que o monoteísmo serviu de pretexto para a intolerância e a violência. É verdade que uma religião pode adoecer e chegar a contrapor-se à sua natureza mais profunda, quando o homem pensa que deve ele mesmo deitar mão à causa de Deus, fazendo assim de Deus uma sua propriedade privada”. Contudo – precisou o Papa, “não é verdade que o ‘não’ a Deus restabeleceria a paz. Se a luz de Deus se apaga, apaga-se também a dignidade divina do homem”.
Eis o texto integral da homilia do Papa, na missa da noite de Natal:
Amados irmãos e irmãs! A beleza deste Evangelho não cessa de tocar o nosso coração: uma beleza que é esplendor da verdade. Não cessa de nos comover o facto de Deus Se ter feito menino, para que nós pudéssemos amá-Lo, para que ousássemos amá-Lo, e, como menino, Se coloca confiadamente nas nossas mãos. Como se dissesse: Sei que o meu esplendor te assusta, que à vista da minha grandeza procuras impor-te a ti mesmo. Por isso venho a ti como menino, para que Me possas acolher e amar.
Sempre de novo me toca também a palavra do evangelista, dita quase de fugida, segundo a qual não havia lugar para eles na hospedaria. Inevitavelmente se põe a questão de saber como reagiria eu, se Maria e José batessem à minha porta. Haveria lugar para eles? E recordamos então que esta notícia, aparentemente casual, da falta de lugar na hospedaria que obriga a Sagrada Família a ir para o estábulo, foi aprofundada e referida na sua essência pelo evangelista João nestes termos: «Veio para o que era Seu, e os Seus não O acolheram» (Jo 1, 11). Deste modo, a grande questão moral sobre o modo como nos comportamos com os prófugos, os refugiados, os imigrantes ganha um sentido ainda mais fundamental: Temos verdadeiramente lugar para Deus, quando Ele tenta entrar em nós? Temos tempo e espaço para Ele? Porventura não é ao próprio Deus que rejeitamos? Isto começa pelo facto de não termos tempo para Ele. Quanto mais rapidamente nos podemos mover, quanto mais eficazes se tornam os meios que nos fazem poupar tempo, tanto menos tempo temos disponível. E Deus? O que diz respeito a Ele nunca parece uma questão urgente. O nosso tempo já está completamente preenchido. Mas vejamos o caso ainda mais em profundidade. Deus tem verdadeiramente um lugar no nosso pensamento? A metodologia do nosso pensamento está configurada de modo que, no fundo, Ele não deva existir. Mesmo quando parece bater à porta do nosso pensamento, temos de arranjar qualquer raciocínio para O afastar; o pensamento, para ser considerado «sério», deve ser configurado de modo que a «hipótese Deus» se torne supérflua. E também nos nossos sentimentos e vontade não há espaço para Ele. Queremo-nos a nós mesmos, queremos as coisas que se conseguem tocar, a felicidade que se pode experimentar, o sucesso dos nossos projectos pessoais e das nossas intenções. Estamos completamente «cheios» de nós mesmos, de tal modo que não resta qualquer espaço para Deus. E por isso não há espaço sequer para os outros, para as crianças, para os pobres, para os estrangeiros. A partir duma frase simples como esta sobre o lugar inexistente na hospedaria, podemos dar-nos conta da grande necessidade que há desta exortação de São Paulo: «Transformai-vos pela renovação da vossa mente» (Rm 12, 2). Paulo fala da renovação, da abertura do nosso intelecto (nous); fala, em geral, do modo como vemos o mundo e a nós mesmos. A conversão, de que temos necessidade, deve chegar verdadeiramente até às profundezas da nossa relação com a realidade. Peçamos ao Senhor para que nos tornemos vigilantes quanto à sua presença, para que ouçamos como Ele bate, de modo suave mas insistente, à porta do nosso ser e da nossa vontade. Peçamos para que se crie, no nosso íntimo, um espaço para Ele e possamos, deste modo, reconhecê-Lo também naqueles sob cujas vestes vem ter connosco: nas crianças, nos doentes e abandonados, nos marginalizados e pobres deste mundo.
Na narração do Natal, há ainda outro ponto que gostava de reflectir juntamente convosco: o hino de louvor que os anjos entoam depois de anunciar o Salvador recém-nascido: «Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens do seu agrado». Deus é glorioso. Deus é pura luz, esplendor da verdade e do amor. Ele é bom. É o verdadeiro bem, o bem por excelência. Os anjos que O rodeiam transmitem, primeiro, a pura e simples alegria pela percepção da glória de Deus. O seu canto é uma irradiação da alegria que os inunda. Nas suas palavras, sentimos, por assim dizer, algo dos sons melodiosos do céu. No canto, não está subjacente qualquer pergunta sobre a finalidade; há simplesmente o facto de transbordarem da felicidade que deriva da percepção do puro esplendor da verdade e do amor de Deus. Queremos deixar-nos tocar por esta alegria: existe a verdade; existe a pura bondade; existe a luz pura. Deus é bom; Ele é o poder supremo que está acima de todos os poderes. Nesta noite, deveremos simplesmente alegrar-nos por este facto, juntamente com os anjos e os pastores.
E, com a glória de Deus nas alturas, está relacionada a paz na terra entre os homens. Onde não se dá glória a Deus, onde Ele é esquecido ou até mesmo negado, também não há paz. Hoje, porém, há correntes generalizadas de pensamento que afirmam o contrário: as religiões, mormente o monoteísmo, seriam a causa da violência e das guerras no mundo; primeiro seria preciso libertar a humanidade das religiões, para se criar então a paz; o monoteísmo, a fé no único Deus, seria prepotência, causa de intolerância, porque pretenderia, fundamentado na sua própria natureza, impor-se a todos com a pretensão da verdade única. É verdade que, na história, o monoteísmo serviu de pretexto para a intolerância e a violência. É verdade que uma religião pode adoecer e chegar a contrapor-se à sua natureza mais profunda, quando o homem pensa que deve ele mesmo deitar mão à causa de Deus, fazendo assim de Deus uma sua propriedade privada. Contra estas deturpações do sagrado, devemos estar vigilantes. Se é incontestável algum mau uso da religião na história, não é verdade que o «não» a Deus restabeleceria a paz. Se a luz de Deus se apaga, apaga-se também a dignidade divina do homem. Então, este deixa de ser a imagem de Deus, que devemos honrar em todos e cada um, no fraco, no estrangeiro, no pobre. Então deixamos de ser, todos, irmãos e irmãs, filhos do único Pai que, a partir do Pai, se encontram interligados uns aos outros. Os tipos de violência arrogante que aparecem então com o homem a desprezar e a esmagar o homem, vimo-los, em toda a sua crueldade, no século passado. Só quando a luz de Deus brilha sobre o homem e no homem, só quando cada homem é querido, conhecido e amado por Deus, só então, por mais miserável que seja a sua situação, a sua dignidade é inviolável. Na Noite Santa, o próprio Deus Se fez homem, como anunciara o profeta Isaías: o menino nascido aqui é «Emmanuel – Deus-connosco» (cf. Is 7, 14). E verdadeiramente, no decurso de todos estes séculos, não houve apenas casos de mau uso da religião; mas, da fé no Deus que Se fez homem, nunca cessou de brotar forças de reconciliação e magnanimidade. Na escuridão do pecado e da violência, esta fé fez entrar um raio luminoso de paz e bondade que continua a brilhar.
Assim, Cristo é a nossa paz e anunciou a paz àqueles que estavam longe e àqueles que estavam perto (cf. Ef 2, 14.17). Quanto não deveremos nós suplicar-Lhe nesta hora! Sim, Senhor, anunciai a paz também hoje a nós, tanto aos que estão longe como aos que estão perto. Fazei que também hoje das espadas se forjem foices (cf. Is 2, 4), que, em vez dos armamentos para a guerra, apareçam ajudas para os enfermos. Iluminai a quantos acreditam que devem praticar violência em vosso nome, para que aprendam a compreender o absurdo da violência e a reconhecer o vosso verdadeiro rosto. Ajudai a tornarmo-nos homens «do vosso agrado»: homens segundo a vossa imagem e, por conseguinte, homens de paz.
Logo que os anjos se afastaram, os pastores disseram uns para os outros: Coragem! Vamos até lá, a Belém, e vejamos esta palavra que nos foi mandada (cf. Lc 2, 15). Os pastores puseram-se apressadamente a caminho para Belém – diz-nos o evangelista (cf. 2, 16). Uma curiosidade santa os impelia, desejosos de verem numa manjedoura este menino, de quem o anjo tinha dito que era o Salvador, o Messias, o Senhor. A grande alegria, de que o próprio anjo falara, apoderara-se dos seus corações e dava-lhes asas. Vamos até lá, a Belém: diz-nos hoje a liturgia da Igreja. Trans-eamus – lê-se na Bíblia latina – «atravessar», ir até lá, ousar o passo que vai mais além, que faz a «travessia», saindo dos nossos hábitos de pensamento e de vida e ultrapassando o mundo meramente material para chegarmos ao essencial, ao além, rumo àquele Deus que, por sua vez, viera ao lado de cá, para nós. Queremos pedir ao Senhor que nos dê a capacidade de ultrapassar os nossos limites, o nosso mundo; que nos ajude a encontrá-Lo, sobretudo no momento em que Ele mesmo, na Santa Eucaristia, Se coloca nas nossas mãos e no nosso coração.
Vamos até lá, a Belém! Ao dizermos estas palavras uns aos outros, como fizeram os pastores, não devemos pensar apenas na grande travessia até junto do Deus vivo, mas também na cidade concreta de Belém, em todos os lugares onde o Senhor viveu, trabalhou e sofreu. Rezemos nesta hora pelas pessoas que actualmente vivem e sofrem lá. Rezemos para que lá haja paz. Rezemos para que Israelitas e Palestinianos possam conduzir a sua vida na paz do único Deus e na liberdade. Peçamos também pelos países vizinhos – o Líbano, a Síria, o Iraque, etc. – para que lá se consolide a paz. Que os cristãos possam conservar a sua casa naqueles países onde teve origem a nossa fé; que cristãos e muçulmanos construam, juntos, os seus países na paz de Deus. Os pastores apressaram-se… Uma curiosidade santa e uma santa alegria os impelia. No nosso caso, talvez aconteça muito raramente que nos apressemos pelas coisas de Deus. Hoje, Deus não faz parte das realidades urgentes. As coisas de Deus – assim o pensamos e dizemos – podem esperar. E todavia Ele é a realidade mais importante, o Único que, em última análise, é verdadeiramente importante. Por que motivo não deveríamos também nós ser tomados pela curiosidade de ver mais de perto e conhecer o que Deus nos disse? Supliquemos-Lhe para que a curiosidade santa e a santa alegria dos pastores nos toquem nesta hora também a nós e assim vamos com alegria até lá, a Belém, para o Senhor que hoje vem de novo para nós. Amém.

http://www.news.va/pt/news/se-se-apaga-a-luz-de-deus-apaga-se-tambem-a-dignid

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

"Hoje, nasceu para nós um Salvador"



O belo cântico de Isaías, dirigido à humanidade que caminha nas trevas, anuncia uma grande luz. A luz é símbolo da salvação, da paz e da tão sonhada justiça. Hoje Deus se faz presente no meio dos pobres. Deus está no meio daqueles que para a sociedade nada são. Os pequenos, daqui para frente, terão motivos para se alegrar. A carta de Tito nos ajuda a perceber que festejar o Natal é aceitar a salvação. Cristo veio para todos. Esse presente que Deus Pai nos dá deve provocar em nós conversão, mudança concreta no modo de viver. A experiência dos pastores de Belém está aberta para todos nós, se formos simples e puros como eles. Nós também podemos, como eles, enxergar a luz, nascer de novo, começar uma existência diferente. Na manjedoura de Belém inicia-se a nossa salvação, que se realizará plenamente no sepulcro de Jerusalém, no mistério pascal de Cristo. Que a graça de Deus, manifestada por meio do nascimento de Jesus, nos ajude a render frutos durante todo o ano, por toda a nossa vida, e não somente por um dia, como "fogo de palha" que queima rápido e não deixa vestígios. Que o espírito de solidariedade e fraternidade do Natal possa contagiar todos os povos no caminho de uma sociedade que supere as dominações e abra espaço para o mundo novo de paz e de justiça. A presença do Menino Deus dormindo no berço da vida nos apela a fazer silêncio, a olhar para as estrelas e redescobrir o sentido da paz, da harmonia, do convívio fraterno entre todas as criaturas. O Natal é Paz. No presépio, se juntam os reis e os pastores, os animais e as plantas, a terra e as estrelas, em silêncio sublime e adorador: a Paz nasceu para o mundo!

Pe. Macos Paulo Cestare de Vanessa Souza

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - Vigília de Natal

Evangelho Lucas 2,1-14


— O Senhor esteja convosco. 

— Ele está no meio de nós. 

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas. 

— Glória a vós, Senhor!

1Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra.
2Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. 
3Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal.
4Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, 5para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 
6Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, 7e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.
8Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho.
9Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. 10O anjo, porém, disse aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”. 
13E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da coorte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: 14“Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”. 


- Palavra da Salvação. 

- Glória a vós, Senhor.