domingo, 10 de março de 2013

Homilia para o 4º Domingo da Quaresma


DOMINGO LAETRARE = DOMINGO DA ALEGRIA
Foto: Homilia para o 4º Domingo da Quaresma 2013 – 10/03/2013
DOMINGO LAETRARE = DOMINGO DA ALEGRIA

Sair para encontrar!
Nesta semana fomos testemunhas da partida de mais um líder popular latino americano levado pela doença. Mais um filho que se foi deixando uma multidão de irmãos em lágrimas e um vazio no coração dos pobres, que olhavam para ele como um irmão maior em busca de justiça e dignidade.
Vivemos uma quaresma diferente, onde líderes significativos se afastam do lugar de liderança, saem do lugar do poder para dar espaço ao serviço que gera encontro e vida. Assistimos tudo isso com certa perplexidade e inquietação... Não estamos acostumados mais ao movimento do êxodo que convida a sair para encontrar. 
A renúncia do Papa Emérito Bento XVI, o silêncio que acompanha o Conclave e a morte de Hugo Chaves nos convidam ao movimento de “Deixar-nos reconciliar com Deus”. Isso concretamente se traduz no movimento de sair de nós mesmos para encontrar a Deus no irmão que volta.
A liturgia deste domingo é muito favorável a esta meditação. A primeira leitura relata a ocupação da Terra prometida por Israel. Após anos no deserto os israelitas ocupam a terra, comem de seus frutos e celebram a Páscoa e um tempo novo. Paulo, na segunda leitura nos convida à reconciliação, à volta, a deixar-nos reconciliar com Deus. O salmo nos testemunha a bondade e suavidade de nosso Deus.
Após esta introdução preparada pelas leituras podemos nos aproximar do Evangelho: a bela parábola de um Pai que sai de si para buscar filhos que teimosamente querem ficar fora da casa, do encontro, da gratuidade e da festa.
Jesus está contando sua parábola para fariseus e mestres da lei que o criticam por acreditar em publicanos e pecadores. Ele não está em primeiro lugar convidando pecadores e publicanos à conversão, pois sua parábola é um convite aos “santos” que, por não se sentirem necessitados de conversão criticam a atitude misericordiosa de Jesus. 
Os dois filhos estão vivos em nós! Estão presentes neste momento da história da Igreja, da sociedade, da humanidade: o mais novo quer deixar tudo para proclamar a vitória da autonomia, do desperdício, do consumo... O Pai não o impede, mesmo sabendo que ele partirá para uma terra distante. Entrega sua herança, respeita a liberdade deste filho e permanece em casa, talvez na varanda esperando que ele volte. O tempo passa, o dinheiro acaba, a fome aperta e ele “cai na real” depois de ter “caído na vida”! Decide voltar para ser empregado, mas ali se revela a Boa Nova: o Pai o espera como filho, sai de casa e corre ao seu encontro, reveste-lhe com a veste de filho, renova a aliança no anel novo, coloca em seus pés as sandálias da segurança e festeja a vitória da vida e da volta. Que pai amoroso! Que pai misericordioso! Como nossas comunidades poderiam ser as mãos estendidas deste pai para acolher os filhos que estão voltando?! 
Mas nós estamos mais próximos do filho mais velho, para os quais o ciúme e a raiva têm mais lugar do que a misericórdia amorosa. Este filho fica de fora, criticando com azedume a atitude de gratuidade de um Pai que ama. Este filho quebra o clima da comunhão porque é muito honesto, trabalhador, obediente... Este filho somos nós quando nos lançamos no juízo sumário sobre nossos irmãos e irmãs que estão longe e os eliminamos de nossas relações não conseguindo abrir nosso coração ao perdão. 
O Pai sai para encontrar seu filho, sai para convidar seu filho, para que este encontre seu irmão. Fica em nosso coração a pergunta: “Terá o filho mais velho entrado na festa?” “Se nós estivéssemos no lugar dele, nós entraríamos? Por que sim? Por que não?”
A resposta a estas perguntas dará o tom de nossa participação no destino da fé cristã neste momento da história. Se acolhermos a Boa Nova que a fé cristã nos traz, certamente entraremos na festa da vida e ressurreição de nossos irmãos e irmãs que voltam, mas se nos fecharmos em nossos princípios de leis e tradições correremos o risco de não perceber que o Reino de Deus está entre nós e nos convida a sair para encontrar.
O exemplo de Bento XVI, o acontecimento vivido na Venezuela nos últimos dias, ao lado de inúmeros outros acontecimentos que abalam nossas certezas e seguranças, são convite à conversão ao amor misericordioso de Deus. Ele nos espera para fazer festa, Ele vai nos buscar para entrarmos na festa.
Jesus Ressuscitado que celebramos nesta Eucaristia é o rosto do Deus misericordioso que vem ao nosso encontro. Deixemo-nos reconciliar com Ele, deixemo-nos amar por Ele para que nos tornemos sinal da justiça de Deus que supera toda justiça humana.

 Pe. Marcos Paulo Cestare de Souza 
Administrador Paroquial

Sair para encontrar!
Nesta semana fomos testemunhas da partida de mais um líder popular latino americano levado pela doença. Mais um filho que se foi deixando uma multidão de irmãos em lágrimas e um vazio no coração dos pobres, que olhavam para ele como um irmão maior em busca de justiça e dignidade.
Vivemos uma quaresma diferente, onde líderes significativos se afastam do lugar de liderança, saem do lugar do poder para dar espaço ao serviço que gera encontro e vida. Assistimos tudo isso com certa perplexidade e inquietação... Não estamos acostumados mais ao movimento do êxodo que convida a sair para encontrar. 
A renúncia do Papa Emérito Bento XVI, o silêncio que acompanha o Conclave e a morte de Hugo Chaves nos convidam ao movimento de “Deixar-nos reconciliar com Deus”. Isso concretamente se traduz no movimento de sair de nós mesmos para encontrar a Deus no irmão que volta.
A liturgia deste domingo é muito favorável a esta meditação. A primeira leitura relata a ocupação da Terra prometida por Israel. Após anos no deserto os israelitas ocupam a terra, comem de seus frutos e celebram a Páscoa e um tempo novo. Paulo, na segunda leitura nos convida à reconciliação, à volta, a deixar-nos reconciliar com Deus. O salmo nos testemunha a bondade e suavidade de nosso Deus.
Após esta introdução preparada pelas leituras podemos nos aproximar do Evangelho: a bela parábola de um Pai que sai de si para buscar filhos que teimosamente querem ficar fora da casa, do encontro, da gratuidade e da festa.
Jesus está contando sua parábola para fariseus e mestres da lei que o criticam por acreditar em publicanos e pecadores. Ele não está em primeiro lugar convidando pecadores e publicanos à conversão, pois sua parábola é um convite aos “santos” que, por não se sentirem necessitados de conversão criticam a atitude misericordiosa de Jesus. 
Os dois filhos estão vivos em nós! Estão presentes neste momento da história da Igreja, da sociedade, da humanidade: o mais novo quer deixar tudo para proclamar a vitória da autonomia, do desperdício, do consumo... O Pai não o impede, mesmo sabendo que ele partirá para uma terra distante. Entrega sua herança, respeita a liberdade deste filho e permanece em casa, talvez na varanda esperando que ele volte. O tempo passa, o dinheiro acaba, a fome aperta e ele “cai na real” depois de ter “caído na vida”! Decide voltar para ser empregado, mas ali se revela a Boa Nova: o Pai o espera como filho, sai de casa e corre ao seu encontro, reveste-lhe com a veste de filho, renova a aliança no anel novo, coloca em seus pés as sandálias da segurança e festeja a vitória da vida e da volta. Que pai amoroso! Que pai misericordioso! Como nossas comunidades poderiam ser as mãos estendidas deste pai para acolher os filhos que estão voltando?! 
Mas nós estamos mais próximos do filho mais velho, para os quais o ciúme e a raiva têm mais lugar do que a misericórdia amorosa. Este filho fica de fora, criticando com azedume a atitude de gratuidade de um Pai que ama. Este filho quebra o clima da comunhão porque é muito honesto, trabalhador, obediente... Este filho somos nós quando nos lançamos no juízo sumário sobre nossos irmãos e irmãs que estão longe e os eliminamos de nossas relações não conseguindo abrir nosso coração ao perdão. 
O Pai sai para encontrar seu filho, sai para convidar seu filho, para que este encontre seu irmão. Fica em nosso coração a pergunta: “Terá o filho mais velho entrado na festa?” “Se nós estivéssemos no lugar dele, nós entraríamos? Por que sim? Por que não?”
A resposta a estas perguntas dará o tom de nossa participação no destino da fé cristã neste momento da história. Se acolhermos a Boa Nova que a fé cristã nos traz, certamente entraremos na festa da vida e ressurreição de nossos irmãos e irmãs que voltam, mas se nos fecharmos em nossos princípios de leis e tradições correremos o risco de não perceber que o Reino de Deus está entre nós e nos convida a sair para encontrar.
O exemplo de Bento XVI, o acontecimento vivido na Venezuela nos últimos dias, ao lado de inúmeros outros acontecimentos que abalam nossas certezas e seguranças, são convite à conversão ao amor misericordioso de Deus. Ele nos espera para fazer festa, Ele vai nos buscar para entrarmos na festa.
Jesus Ressuscitado que celebramos nesta Eucaristia é o rosto do Deus misericordioso que vem ao nosso encontro. Deixemo-nos reconciliar com Ele, deixemo-nos amar por Ele para que nos tornemos sinal da justiça de Deus que supera toda justiça humana.

Pe. Marcos Paulo Cestare de Souza 

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