domingo, 10 de fevereiro de 2013

A transmissão da fé aos pequeninos


São Paulo escreve na Carta aos Romanos: "Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé" (Rm 10, 10). Mas como desabrochar a fé a partir da infância?
Na Carta Apostólica Porta Fidei, escrita pelo Papa Bento XVI para o 'Ano da fé' (2012-2013), lemos que, a 'fé, que atua pelo amor' (Gl 5, 6),... muda toda a vida do homem (6). Ela cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido (7)... E o coração indica que o primeiro ato, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e ação da graça que age e transforma a pessoa até o mais íntimo dela mesma (10).
Frequentemente, ouvimos pessoas dizerem: eu não sei o que é fé, ou, a minha fé é muito pequena... E, então, podemos nos perguntar: será que a fé lhe foi transmitida? Ou, como ela foi alimentada ao longo da vida?
Se uma pessoa é batizada e faz a primeira Eucaristia aos dez anos, e só volta à Igreja depois de vinte anos para se casar, quão grande será a sua fé? Se a primeira e, talvez, a última vez que ela teve uma orientação cristã foi na sua primeira catequese, esse talvez seja o tamanho de sua fé: o tamanho da sua roupa de Primeira Eucaristia. Será que na hora de se casar, a roupa ou a fé estará condizente com o seu tamanho físico e emocional?
A Declaração Gravissimum Educationis, sobre Educação Cristã, promulgada no Concílio Vaticano II, afirma que "os pais devem ser para seus filhos os primeiros mestres da fé" (GE 2). E, o Documento 26 - Catequese Renovada – da CNBB (1983) concorda que ''a família cristã, pela graça sacramental do matrimônio tornada como que 'igreja doméstica', é lugar, por excelência, de Catequese, especialmente na primeira infância'' (121).
Portanto, os pais são os primeiros responsáveis pela transmissão da fé aos seus filhos. Cabe a eles os primeiros passos na caminhada cristã em casa, e depois no encaminhamento para a catequese que é uma educação da fé. E, à Igreja, cabe a responsabilidade de acolhê-los na iniciação cristã desde bem pequeninos, desde a mais tenra idade, até mesmo antes dos sete anos, tempo em que estão sendo formados o caráter, a personalidade, a afetividade e os valores que serão a base de suas condutas durante a vida; inseri-los numa catequese lúdica, orientando-os para a fé, o quanto antes, a partir do encontro com a pessoa de Jesus, Aquele que será o melhor amigo durante toda a vida, introduzindo-os na vida da comunidade e formando-os para uma vida cristã prática e atuante.
Segundo o Documento de Aparecida (2007), 'assumir essa iniciação cristã exige não só uma renovação de modalidade catequética da Paróquia... mas, desenvolver uma catequese que seja permanente, que continue o processo de amadurecimento da fé (cf.294), além de organizar novas formas que ajude o catequizando a valorizar o sentido da vida junto aos sacramentos, a participação na comunidade e o compromisso como cidadão, para que ele tenha a consciência de ser sal e fermento no mundo, com uma identidade cristã forte e segura (cf.286).
Rachel Lemos Abdalla é Fundadora e presidente da Associação católica Pequeninos do Senhor e Coordenadora da Catequese de família da paróquia Nossa Senhora das Dores em Campinas, São Paulo.

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