domingo, 10 de fevereiro de 2013

Pescador de vida


Era uma vez uma tribo, lá no meio do meio da floresta amazônica. 

Era uma tribo triste e sem vida. Os indiozinhos eram pobres, pobres, famintos e raquíticos. 

Seus pais estavam desanimados, pois há muito o rio não dava peixes e nem suas lavouras estavam mais dando frutos. Era uma terra desanimada e infeliz. 

Paitacá, um menino assim da idade de vocês não se conformava com a situação da sua tribo. Sabia pelo pai de seu pai, que antes tudo era muito bom, tinha-se muita fartura, cultivavam grandes plantações e a terra devolvia o carinho em forma de muitos e muitos frutos. A tribo banqueteava com a fartura dançando ao redor da fogueira, mas, um dia, por causa de um cacique mau que entrou para a liderança da tribo, tudo se acabou. Ele semeou a desigualdade, a discórdia, queria que cada família produzisse pra si, proibiu as festas, impediu que dançassem. 

As famílias desnorteadas caçavam sem parar sem preservar a natureza, pois o cacique vendia peles e carnes aos brancos. Com isso, os bichos fugiram, muitos foram extintos e outros tantos agora só sabiam se esconder.

As plantações ralearam porque quem plantava só plantava pouco... Assim, logo as plantações acabaram os rios foram poluídos pela procura de ouro e de pedras preciosas afugentando também os peixes. E com toda essa desorganização, o cacique não podendo mais furtar nada da terra foi-se embora pra bem longe, explorar outros índios.

Paitacá então teve uma idéia procurou agora pelo cacique pai e pediu a ele que o deixasse partir à procura de outros índios para que pudessem ajudar aos seus a ter mais coragem, a trabalhar a terra, a encher os rios com vida e plantar com alegria as terras abandonadas. 

O cacique que era bom, mas que não acreditava muito na mudança, disse a Paitacá que fosse, mas que para que ele não desanimasse na sua busca, que levasse o sinal da tribo... Uma cruz que lembrava o sacrifício de certo homem, pescador de outros homens e que mudou a vida do mundo. 

Paitacá agradeceu e o cacique o abençoou. 

Logo pela manhã bem cedinho, despediu-se de seus pais e foi à procura de homens do bem que pudesse ajudá-los na missão de devolver à vida aquela tribo tão sem esperança.

O indiozinho subiu colinas, desceu serras, enfrentou fome e frio.

Sob o sol escaldante, ele andou. Seus pés inchados, cansados e feridos não eram empecilhos para seu objetivo. 

Enfrentou noites sombrias, ventanias, tempestades e calmarias. Teve medo... .Teve dor, mas não desanimou. Lutou até com onça brava e sob fugir de urso nervoso. Sabia que seu sacrifício ajudaria seu povo e encontraria, com certeza, índios de boa vontade que o ajudaria. 

Logo bem cedinho, ele avistou uma grande tribo... Queria correr, mas não tinhas pernas pra isso, queria gritar, mas não tinha voz, estava fraco, sem forças, então ele se arrastou, arrastou até que um bom índio que caçava por ali o encontrou e o levou para sua tribo.

Lá na tribo, ele foi para a oca do cacique onde foi cuidado pelo pajé da tribo. Logo que recuperou as forças, contou ao cacique o drama vivido pela sua tribo. O cacique chamou os velhos da tribo para ouvir a história. 

Paitacá contava com entusiasmo sobre a esperança de seu povo em receber ajuda para que pudessem viver, pois caso contrário eles iriam se extinguir. 

Os mais velhos ouviram o relato, alguns não deram crédito ao que o menino falava (ouvir menino? Por que não mandaram um guerreiro).

Mas eu sou um guerreiro – dizia Paitacá.

Outros da tribo, não queriam se comprometer, entrar em outra tribo, salvar aquele povo. Muitos foram saindo de mansinho, acomodados demais com sua vidinha.

Paitacá ficou triste, viu que não conseguiu tocar no coração daqueles homens para que eles pudessem ajudar sua tribo. Então se lembrou do símbolo do pescador de homens, tirou do pescoço, onde o símbolo estava perto do coração e falou do grande mestre. Disse que se eles, de fato, acreditavam no maior dos mestres, também deveriam ser pescadores, como ele, e levar a todo povo a mensagem de amor e fraternidade que ele ensinava. Perguntou a eles como podiam acreditar naquele pescador se não sabiam fazer como ele, não sabiam viver como ele, se não sabiam amar como ele. 

Neste momento, crianças, os índios mais sábios abriram os olhos, colocaram suas mãos na grande cruz e se lembraram dos ensinamentos do mestre que dizia que precisava deles para que outros povos pudessem ter esperança, ou seja, uma vida nova.

Imediatamente, chamaram os homens mais fortes da tribo, os melhores caçadores e os melhores pescadores, chamaram as mulheres que sabiam como tratar as sementes, os guerreiros que sabiam limpar os rios e trazer os peixes e as crianças que sabiam cuidar dos animais para que eles pudessem voltar à velha tribo. 

E assim se fez. Foram muitos para a tribo de Paitacá, muitos pescadores de homens para salvar a tribo da falta de esperança. 

Foram recebidos com festa e depois de uma grande conversa ao pé da fogueira, ensinaram o que sabiam; como deveriam viver daquele dia em diante, unidos, dividindo tudo entre eles, esquecendo o egoísmo e praticando a fraternidade. 

Todos entenderam e se colocaram ao trabalho. Em pouco tempo, os rios estavam limpos e bem cuidados, cheios de peixes, plantações se desdobravam nos horizontes, bichos de todas as espécies povoavam aquela mata. 

A tribo de pescadores de homens, então, viu por terminada, a missão. Despediu-se com grande festa e coroaram Paitacá como um grande menino guerreiro. 

A paz reinou na tribo e aqueles índios que agora estão lá, sabem perfeitamente de sua missão, também deverão ser pescadores de homens, ajudando a Jesus na sua missão.

Fonte de pesquisa (preces e leituras) - www.homilia.com.br

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